O principal congresso, do país, sobre cuidadores, cuidados e longevidade

Não é só sobre longevidade. É sobre longevidade com qualidade de vida.

Temos, hoje, no Brasil 55 milhões de pessoas com idade entre 50 e 100 anos. Desde meados do século passado, os brasileiros ganharam, em média, 25 anos de vida, o que ampliou significativamente o número de famílias com longevos. Dos cerca de 210 milhões de habitantes do país, 37,7 milhões de brasileiros possuem 60 anos ou mais. Um estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a partir de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), identificou que 58% dos brasileiros 60+ apresentam comorbidades e, portanto, demandam ou demandarão algum tipo de cuidado.

58% dos brasileiros 60+ apresentam comorbidades e, portanto, demandam ou demandarão algum tipo de cuidado

Esta nova configuração social traz desafios que impactam o indivíduo, as famílias, as políticas públicas e a economia. Quais apoios e cuidados serão necessários para vivermos mais e melhor? Como garantir a sustentabilidade financeira de octogenários, nonagenários e centenários? Quais os impactos previdenciários e no sistema de saúde? Como preparar o corpo e a mente, com a possibilidade real de vivermos mais de um século?

Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PNAD-C 2019), houve um crescimento no número de brasileiros que passaram a cuidar de familiares longevos: eram 3,7 milhões em 2016, chegando a 5,1 milhões em 2019, um crescimento de quase 40%, em três anos. E, em uma década (2007-2017), a ocupação de cuidador de idosos cresceu 547%.

Em um estudo inédito – Perfil dos Cuidadores Formais no Brasil, realizado pela MasterCare, com 2.568 cuidadores, em todo o país, identificou-se que 90,2% são mulheres; 33,2% têm de 26 a 35 anos, 29,2% possuem de 36 a 45 anos e 14,2% de 46 a 65 anos; 41,9% são chefes financeiros da casa e 43% parcialmente chefes financeiros da família; 56,8% possuem ensino médio completo, 9,2% possuem ensino médio incompleto e 16,1% ensino técnico.

A falta de regulamentação da profissão de cuidador de idosos tem impactado trabalhadores, famílias, o sistema de saúde e, principalmente, as pessoas idosas. A formação necessária requer aperfeiçoamento contínuo, em razão da complexidade e relevância da ocupação e, principalmente, das especificidades de cada vida ser cuidada.